
O ministro vai presidir a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de outubro, após a eleição simbólica marcada para esta terça-feira, que confirmará a transição do comando hoje exercido por Cristiano Zanin. À frente do colegiado, Dino terá a responsabilidade de conduzir ações penais ligadas à tentativa de golpe de 8 de janeiro e processos envolvendo parlamentares.
Entre as prioridades estão os julgamentos dos grupos conhecidos como “kids pretos” e “operacional”, que já tiveram prazos abertos para manifestações da Procuradoria-Geral da República e das defesas. A expectativa é que todas as ações relacionadas à trama golpista sejam analisadas ainda em 2025, evitando que se arrastem para o período eleitoral de 2026.
O colegiado também será responsável por examinar casos de grande repercussão, como o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e a apuração de omissões da antiga cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal nos atos de 8 de janeiro. Além disso, pode avançar ainda este ano no julgamento de parlamentares acusados de envolvimento em desvios de emendas, incluindo os deputados Josimar Maranhãozinho (MA) e Pastor Gil (MA), ambos do PL.
Nos últimos dias, Dino já protagonizou decisões de forte impacto político. Ele abriu novo inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro com base no relatório da CPI da Covid e articulou a retomada da discussão sobre transparência nas emendas parlamentares no plenário do STF, em meio à polêmica sobre a PEC da Blindagem aprovada pela Câmara.
Ex-ministro da Justiça do governo Lula, Dino é alvo recorrente de críticas de aliados de Bolsonaro e deve ganhar ainda mais projeção no Supremo. A expectativa é que divida protagonismo com Alexandre de Moraes, especialmente nas investigações sobre atos antidemocráticos e no debate sobre os limites de atuação entre os Poderes.