O mundo tem 8 bilhões de habitantes a partir desta terça-feira (15), segundo o site Worldometer. A Organização das Nações Unidas (ONU) já havia alertado que a marca da população mundial estava próxima de ser atingida e, com ela, novos desafios pela frente.
O número é alcançado 11 anos após chegarmos aos 7 bilhões. O recorde anterior foi batido exatamente no dia 31 de outubro de 2011. Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, a marca mostra o avanço científico e médico da humanidade, que permitiu chegarmos a este número, mas também representa um desafio, já que são mais pessoas precisando de oportunidades.
No entanto, o avanço populacional deve ter uma desaceleração nos próximos anos. Se as estimativas continuarem as mesmas, a ONU aponta que em 2030, a população mundial será de 8,5 bilhões de pessoas e, em 2050, de 9,7 bilhões.
Estima-se que o pico populacional ocorra durante 2080, quando o número de habitantes da Terra chegará a 10,4 bilhões, número que deve permanecer o mesmo até o final de 2100. Apesar do aumento, ele ocorre em uma escala muito menor do que os atuais 11 anos para irmos de 7 para 8 bilhões.
Guterres ainda declarou que essa é uma ocasião importante, para “celebrarmos nossa diversidade, reconhecer nossa humanidade e admirar os avanços na saúde que aumentaram a longevidade e reduziram drasticamente as taxas de mortalidade materno-infantil”.
Outros dados apontam que as populações de 61 países diminuirão 1% ou mais entre 2022 e 2050, devido aos baixos níveis de fecundidade e, em alguns casos, às elevadas taxas de emigração. Para que uma população mantenha o mesmo nível, a taxa de fecundidade precisa estar em 2,1, no Brasil esta taxa é de 1,7.
População mundial concentrada na África e Ásia
Além disso, as projeções apontam que a maior parte da população global até 2050 estará concentrada em oito países: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e República Unida da Tanzânia. Acredita-se que os países da África Subsaariana contribuirão com mais da metade do aumento previsto até 2050.
Em um comunicado, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin, disse que esse rápido crescimento populacional, tornará a erradicação da pobreza um assunto ainda mais difícil de lidar. Outros pontos sensíveis são o combate à fome, a desnutrição e o aumento da cobertura dos sistemas de saúde e educação.
O relatório aponta que a maioria dos países da África Subsaariana e outros da Ásia, da América Latina e Caribe, terão boa parcela população em idade ativa, entre 25 e 64 anos. Esse cenário é propício para o crescimento econômico per capita, conhecido como “dividendo demográfico”. Já a parcela da população global com 65 anos ou mais deverá aumentar de 10% em 2022 para 16% em 2050.
Além de melhorar questões relacionadas com a natalidade, a melhora na saúde aumentou a expectativa de vida global ao nascer, que atingiu 72,8 anos em 2019, uma melhoria significativa ao comparar taxas históricas. As projeções apontam que esse número tende a aumentar para 77,2 anos, em 2050.