Primeiro probiótico para intolerantes a lactose é desenvolvido por maranhenses
Com parceria entre UFMA e UFC, o desenvolvimento do probiótico é feito com néctar de frutas regionais.
O alimento vai permitir que pessoas com restrições alimentares tenham um alimento funcional que serve como alternativa às bebidas lácteas.
Os probióticos são bactérias benéficas à saúde humana. Antes eram obtidos através do leite e isso impedia que parte das pessoas pudessem tomar o alimento funcional e importante na dieta.
Com a criação das universidades do Nordeste, o néctar pode ser obtido de frutas como cupuaçu, açaí, cacau, ciriguela, caju, goiaba, acerola, manga, murici, abacaxi, uva, tangerina, maracujá, cajá e carambola.
A carta patente expedida diz que o néctar probiótico tem potencial para ser usado pela indústria de alimentos no ramo de bebidas.
Estudos
Os estudos para a extração do probiótico alternativo começaram com cupuaçu, escolhido por ser uma fruta de alto valor nutricional.
“Além disso, essa fruta apresenta excelentes características sensoriais, sendo bastante apreciada por seu sabor e aroma”, explica a professora Ana Lúcia Fernandes Pereira, uma das autoras da pesquisa.
“Essa fruta é produzida na região (Nordeste) e bastante consumida, mas não é matéria-prima convencional para a produção de sucos e néctares de frutas comerciais”, disse.
O estudo começou em 2014, a partir do trabalho de conclusão de curso de Wallaff Feitosa, da UFMA.
Em 2015, o produto foi então finalizado e a patente solicitada. O anúncio foi feito somente agora, depois que toda a documentação do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) foi concedida aos pesquisadores.
Comercialização
O próximo passo, segundo Sueli Rodrigues, uma das pesquisadoras, é a comercialização do néctar probiótico.
Os engenheiros já começaram o processo de sondagem de empresas do setor de bebidas para validar a patente e iniciar a produção.
“Há boas perspectivas de comercialização do néctar, tendo em vista que o consumo dos probióticos se configura como uma das tendências e oportunidades pós-Covid-19 identificadas pelo setor de alimentos”, avalia a professora.