Os ataques partem de um grupo de evangélicos que apoiam o adversário de Lula, Jair Bolsonaro. Outra reação violenta veio da parte da Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão – CEADEMA, instituição da igreja que também apoia Bolsonaro.
Eliziane Gana é reconhecidamente uma representante do povo evangélico. Discreta e defensora dos princípios de sua religião, a senadora divulgou nota a respeito dos ataques que vem sofrendo:
Sobre a posição da CEADEMA
Uma das primeiras ações de Deus na criação do homem e da mulher registrada no livro de Gênesis (1.27, 28) foi dar a eles a liberdade de escolha. Desde o Éden, Deus dá a todos a possibilidade de fazer escolhas e as respeita.
A primeira grande escolha da minha vida foi aceitar a Jesus como meu único e suficiente Salvador. Nos meus 16 anos de vida pública, a minha grande escolha foi permanecer na defesa da vida, dos valores cristãos e na proteção dos mais vulneráveis.
O ser humano não pode ter sua conduta avaliada em partes, mas na sua plenitude. Se alguém desejar se colocar como juiz das minhas ações precisa reconhecer que como parlamentar sempre lutei na defesa da vida e da família, contra o aborto, contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, contra a legalização das drogas, contra a tortura, contra a violência etc.
Peço ao conselho político da Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão – CEADEMA que pontue se houve algum momento que votei contra os valores cristãos, não só no meu mandato de senadora, mas nos meus 16 anos de vida pública. Tenho certeza de que não encontrará, pois nunca me corrompi e tenho meu trabalho no Legislativo pautado nas bem-aventuranças de Cristo.
Meus posicionamentos políticos não mudaram, nem o partido político que faço parte mudou. Fui eleita com o apoio da igreja no Maranhão para deputada estadual, deputada federal e senadora pelo PPS, que hoje é o Cidadania. Tanto o meu partido como o grupo político que faço parte declararam apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
É bom registrar, que ao longo da história política brasileira vários líderes e convenções eclesiásticas já declararam apoio ao presidente Lula e não foram excluídos, intimidados ou rechaçados das suas comunidades religiosas.
Por isso, peço que a minha liberdade não seja tolhida e meu direito de escolha não seja alvo de tentativas intimidatórias. Fico triste porque são essas ações que têm aumentado o número de desigrejados em todo país.
A decisão do grupo político que faço parte não fere valores cristãos e muito menos os compromissos que assumi quando assinei o regimento interno do conselho político da CEADEMA.
Como membro desta igreja, nascida no Evangelho, professora da EBD e crente em Jesus, peço humildemente que a carta de repúdio seja retirada de circulação, pois representa um ataque contra a minha liberdade como cristã, parlamentar e cidadã.
Fraternalmente em Cristo, Senadora ELIZIANE GAMA (CIDADANIA/MA)