A Seleção masculina de futebol venceu a Arábia Saudita com dificuldade, por 3 x 1, nesta quarta-feira, confirmou o primeiro lugar no Grupo D dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas está longe de ser convincente na campanha pelo bi. Atual campeão do torneio, o Brasil teve dificuldade diante do adversário e usou uma falta e um escanteio para construir o triunfo.

O Brasil abriu o placar com um gol de cabeça do centroavante Matheus Cunha. O camisa finalmente desencantou. No entanto, o time foi vítima do mesmo veneno em um lance de bola área. O zagueiro Al Amri mandou a bola para a rede após cobrança de falta. Na etapa final, em outro lance de bola parada, Daniel Alves alçou a bola na área, Bruno Guimarães desviou de cabeça e ela chegou limpa para Richarlison marcar o segundo. O terceiro, sim, saiu depois de uma boa trama iniciada por Malcom. O brasiliense Reinier deu assistência para Richarlison fazer mais um, o quinto dele nesta edição dos Jogos Olímpicos

O Brasil encerra a primeira fase em primeiro lugar com sete pontos e aguarda a definição do segundo colocado do Grupo C para saber quem enfrentará nas quartas de final. Austrália, Espanha e Argentina disputam duas vagas. A Costa do Marfim ficou com o segundo lugar da chave do Brasil ao empatar por 1 x 1 com a Alemanha.

Artilheiro dos Jogos Olímpicos com cinco gols, Richarlison falou ao SporTV sobre a excelente fase com a camisa da Seleção. “Fico muito feliz de marcar gols, tenho que agradecer meus companheiros, que estão fazendo excelente trabalho. A bola está chegando redonda na frente. Estou aproveitando as oportunidades. Estamos crescendo e agora é mata-mata. Temos que errar o menos possível para sair vitoriosos. Vamos focar nas quartas de final, ver quem vamos pegar e estar focado nos próximos jogos”.

O Pombo falou, também, sobre as comparações com o desempenho do Fenômeno, artilheiro da Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coreia do Sul, com oito gols. “Quando cheguei no estádio, em Yokohama, nos deparamos com as fotos dos gols dele (Ronaldo) com a Alemanha. É de arrepiar. O Ronaldo é nosso ídolo, do futebol brasileiro, e a gente tenta se inspirar ao máximo nele”, afirmou.

A camisa 9 do Brasil nos Jogos de Tóquio é de Matheus Cunha. O centroavante finalmente marcou no torneio depois de perder pênalti contra a Alemanha na primeira rodada. “Graças a Deus a gente pôde ajudar o grupo. Conseguimos passar em primeiro e demonstrar bom futebol em alguns momentos. Algumas coisas deram muito certo, mas temos que ajudar mais, o grupo está com esse pensamento para chegar na próxima fase mais forte”, disse ao SporTV.

Para variar, o futebol brasileiro mais uma vez teve dificuldade contra adversário configurado com linha de cinco na defesa. O técnico Saad Al Shehri usou o sistema 5-4-1 na tentativa de bloquear as ações ofensivas do Brasil e conseguiu. A Seleção só chegou ao gol em um lance de bola parada. Aos 13 minutos do primeiro tempo, Claudinho cobrou escanteio pelo lado esquerdo e o camisa 9 se antecipou para estufar a rede do goleiro Al Bukhari.

A Arábia Saudita explorou uma velha fragilidade do futebol brasileiro para igualar o placar. Aos 26, o zagueiro Al Amri empatou de cabeça numa falha de marcação de Diego Carlos. O beque saltou, mas não alcançou a bola. Ele também havia falhado na bola aérea na vitória por 4 x 2 contra a Alemanha na primeira rodada, em Yokohama.

Incomodado com o empate, o Brasil rondou a área da Arábia Saudita no restante do jogo em finalizações de Antony, Guilherme Arana, Richarlison e Matheus Cunha, que acertou a trave. Apesar do bombardeio, a Seleção não conseguia desgarrar no placar.

A solução, mais uma vez, foi usar o truque da bola parada. Aos 30 minutos, Daniel Alves cobrou falta e a defensa da Arábia Saudita afastou parcialmente. Bruno Guimarães rebateu de cabeça e encontrou Richarlison na pequena área. O atacante desviou de cabeça e afrouxou o nó da gravata ao decretar o triunfo verde-amarelo. Richarlison também fez o terceiro após assistência de Reinier.

Com o resultado, o Brasil termina a primeira fase com uma campanha mehor do que a de Neymar, Gabriel Jesus, Gabigol, Rodrigo Caio, Marquinhos e companhia nos Jogos do Rio-2016. Há cinco anos, o Brasil venceu apenas um jogo na fase de grupos contra a Dinamarca. Empatou por 0 x 0 com Iraque e África do Sul e somou cinco pontos.

FICHA TÉCNICA

1 ARÁBIA SAUDITA (1-5-4-1)
Al Bukhari;
Abdulhamid, Khalifa Al Dawsari, Al Amri, Hindi e Al Shakrani;
Al Faraj, Al Hassan (Mukhar), Al Naji (Ghareeb) e Salem Al Dawsari;
Al Hamddan (Al Brikan)
Técnico: Saad Al Shehri

3 BRASIL (1-4-3-3)
Santos;
Daniel Alves, Nino, Diogo Carlos e Guilherme Arana;
Matheus Henrique, Bruno Guimarães (Gabriel Menino) e Claudinho (Reinier);
Antony (Malcom), Matheus Cunha (Gabriel Martinelli) e Richarlison
Técnico: André Jardine

Local: Saitama Stadium, em Saitama
Gols: Al Amri (Arábia Saudita) / Matheus Cunha e Richarlison (2), Brasil
Cartões amarelos: Al Bukhari, Khalifah Al Dawsari, Al Shahrani e Mukhtar (Arábia Saudita) / Daniel Alves, Guilherme Arana e Gabriel Martinelli (Brasil)
Público e renda: portões fechados
Árbitro: Bamlak Tessena (Etiópia)