O cardiologista Yuri Brasil, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que o climatério, que pode durar até dois anos, provoca uma série de alterações hormonais no organismo, o que eleva o risco de as mulheres desenvolverem problemas como doença coronariana, insuficiência cardíaca e até mesmo AVC (acidente vascular cerebral).
“Essas alterações acontecem nos níveis de estradiol e progesterona, os dois hormônios principais, além do próprio hormônio tireoidiano. Por isso as mulheres que já têm histórico de doença cardiovascular passam a ter esse risco aumentado e quem não tem pode desenvolver”, afirma o especialista.
O principal impacto ocorre devido à diminuição dos níveis de estrogênio, hormônio que tem como função dilatar as artérias e, por consequência, proteger o coração. Com essa baixa, as mulheres ficam até 30% mais suscetíveis a infartos durante o período da menopausa, conforme explica o cardiologista.
Nesse sentido, o especialista ressalta a importância do acompanhamento especializado durante essa fase da vida das mulheres.
“É muito importante que, desde o momento em que a mulher passou do estágio do climatério até parar de menstruar, ela procure um cardiologista e faça os exames de rotina no mínimo uma vez por ano, porque as alterações hormonais aumentam o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, ainda mais se a mulher tiver histórico familiar”, afirma.
Os principais sintomas de que pode haver algum problema, segundo Yuri Brasil, são dores no peito, falta de ar, palpitações e desmaios. Caso algum desses sinais seja observado, é importante consultar um especialista.
“Se algum problema for diagnosticado, o médico cardiologista vai solicitar os exames que julgar necessários. Caso seja uma insuficiência cardíaca, por exemplo, hoje em dia existem medicações que conseguem reverter o quadro. Se for uma doença arterial coronariana, a obstrução das artérias do coração, pode-se realizar um cateterismo. Cada caso é individualizado”, afirma o especialista.
A melhor maneira de evitar esses problemas, de acordo com o cardiologista, é manter hábitos saudáveis, como a prática de atividade física e a alimentação balanceada, sem excessos. Além disso, é importante que o check-up seja feito ao menos uma vez por ano.