Se você ama São João de verdade, com certeza conhece o Bumba Meu Boi Mimoso da APAE de São Luís, de sotaque de orquestra. O grupo foi fundado em 01.12.1994, como associação filantrópica beneficente sem fins lucrativos, e tem atuação nas áreas da cultura, assistência social e defesa e garantia de direitos e inclusão social, lazer, entre outros. Mas sua finalidade maior é integrar a pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla no circuito junino, bem como seus familiares; além da promoção da educação, cultura, paz, cidadania, direitos humanos e de outros valores universais.
Entre os benefícios que a brincadeira proporciona a seus integrantes, estão o desenvolvimento de habilidades importantes como a socialização, o senso de trabalho em equipe, a melhora da coordenação motora e da autoestima além de ser uma ferramenta de inclusão social.
O Boi Mimoso conta com cerca de 98 integrantes, incluindo pessoas com deficiência intelectual de diversas faixas etárias e alunos da Escola Eney Santana vinculado à APAE de São Luis; além de professores, músicos, pais e colaboradores da Instituição, todos unidos pela força da cultura popular e também pelo desejo de inclusão, respeito e socialização.
Esse ano, diferente dos períodos juninos anteriores em que o grupo se apresentava como convidado de outros arraiais e integrava a programação oficial do São João de São Luís realizada pelas Secretarias Municipal e Estadual de Cultura, o grupo irá se apresentar somente uma vez e com elenco bem reduzido, em um evento interno da instituição, nessa quarta (30) na sede da APAE de São Luís no bairro do Outeiro da Cruz.
“Devido às restrições da pandemia não estamos ensaiando esse ano com todo o grupo e nem fazendo as apresentações que gostaríamos. Mas podemos dizer que o Boi Mimoso está firme e forte, só esperando o momento certo de guarnecer o nosso lindo batalhão de guerreiros e guerreiras por aí, em um futuro bem próximo, e com muita saúde, se Deus quiser. Superação é com a gente mesmo”, revela o coordenador e um dos fundadores do Grupo, o Prof. Maneco.
“O Bumba Boi Mimoso da APAE de São Luís, criado pela professora Joana Costa (Joana), pelo professor Manoel Galdino Costa (Maneco) e pela saudosa diretora administrativa Antonia Zeile Lima de Melo (Antoninha) inicialmente se restringia às apresentações na Escola Eney Santana no período junino. Mas em julho de 1985, tivemos a primeira apresentação externa, na primeira mostra do festival nacional “Nossa Arte” realizado no XVII Congresso Nacional das APAES em Salvador (BA), junto à grupos como o Olodum. O sucesso foi tanto, que o Bumba Boi Mimoso recebeu outros convites para fazer mais apresentações em outros Estados posteriormente”, relembra com orgulho o Presidente da APAE de São Luís Sebastião Vanderlaan de Almeida Rolim.
Em sua trajetória de sucesso e muitas apresentações nacionais na bagagem, o Boi Mimoso da APAE de São Luís já levou a beleza e a riqueza do folclore junino maranhense a locais como o Congresso Nacional (DF), a cidade de Vitória (ES) entre outros. E em meio a fantasias, danças e músicas do sotaque de orquestra que encantam a todos, o brilho maior está em cada um dos brincantes, pessoas com deficiências diversas, mas que carregam histórias de superação, garra e amor em prol da brincadeira. Brilho que eles levam nos olhos após executar com harmonia e graça cada coreografia. Brilho que eles levam no coração, ao serem aplaudidos por onde passam, sentindo-se respeitados e acolhidos numa sociedade que nem sempre é inclusiva para com as pessoas com deficiência.
Em seus 50 anos de existência, a APAE de São Luis desenvolve relevantes atividades em prol do desenvolvimento, valorização e inclusão social das pessoas com deficiência; nas áreas da educação, saúde, esporte, lazer, arte e cultura, incluindo o Bumba Boi Mimoso.
“Nem mesmo a pandemia conseguiu tirar o brilho do nosso Boi Mimoso. Esse grupo já é parte da entidade e com ele temos conseguido resultados fantásticos de socialização e inclusão social da pessoa com deficiência. Acreditamos no poder da arte e da cultura como elemento de desenvolvimento humano”, declara o Presidente da APAE de São Luis, Sebastião Vanderlaan de Almeida Rolim.