O pastor Gilmar Santos, um dos supostos lobistas que atuavam em um esquema que recolhia propinas de prefeitos para facilitar a liberação de recursos junto ao Ministério da Educação (MEC), investiu R$ 100 mil para abrir uma faculdade de cursos em teologia, informa uma reportagem do jornal O Globo.
Segundo a publicação, a faculdade Instituto Teológico Cristo para Todos (ITCT) foi aberta no último dia 8 deste mês, duas semanas antes de as denúncias virem à tona.
Ao lado do pastor Arilton Moura, Gilmar aparece em encontros em Brasília e em eventos religiosos em cidades do Brasil que revelam a proximidade dos pastores com o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu filho senador Flávio Bolsonaro (PL) e com o ministro da Educação, Milton Ribeiro.
Arilton, inclusive, foi citado pelo prefeito Gilberto Braga (PSDB), de Luís Domingues (MA), como ponte para a liberação de recursos junto ao MEC. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o pastor cobrava outros R$ 15 mil apenas para abrir protocolos de demanda no ministério. Depois que a demanda fosse atendida, outro valor era solicitado, o que poderia variar de caso a caso. “Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”, revelou.
MEC
Nas redes sociais, Gilmar Santos aparece como diretor da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil e da faculdade ITCT. O curso, com duração de um ano, cobra R$ 69,90 por mês de seus alunos. O endereço da ITCT, segundo O Globo, é o mesmo da igreja no nome do pastor e de outras empresas que também estão no seu nome.
A ITCT, assim como toda instituição de ensino superior, precisa do registro do MEC para funcionar. Há uma série de exigências que a pasta faz para que a instituição possa ter esse registro. O jornal entrou em contato com o ministério para saber a respeito do registro do ITCT, mas ainda não houve resposta.
Já o pastor Gilmar negou que tenha atuado como lobista dentro do Ministério da Educação e que tenha influência em relação ao chefe da pasta, ministro Milton Ribeiro.