Secretário de Segurança Pública do Maranhão confirma prisão de PM suspeito de matar companheira
Crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (5). O corpo de Ana Carolina, de 17 anos, foi encontrado no sítio onde morava com o suspeito do crime.
Osecretário de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), Jefferson Portela, afirmou, no início da tarde desta sexta-feira (9), que o cabo da Polícia Militar, identificado como Gilgleidson Pereira Melo, foi preso suspeito de assassinar a companheira Ana Carolina da Silva Carvalho, de 17 anos, na cidade de Coroatá, a 249 km de São Luís. O crime aconteceu na madrugada dessa segunda-feira (5). Jefferson Portela confirmou a prisão durante entrevista para a rádio Mirante AM, no início da tarde desta sexta.
“Ele acaba der ser preso na cidade de Timon e será recambiado imediatamente para São Luís. Doutora Wanda (chefe do Departamento de Feminicídio de São Luís) já tinha vindo à Coroatá, inicialmente, e já tinha tomado as providências e formalizou um pedido de prisão preventiva, que foi prontamente deferido pela juíza plantonista e, de imediato, as buscas foram prosseguidas para todos os comandos de Polícia Civil e Polícia Militar. E ele foi localizado na cidade de Timon e recebeu voz de prisão”, informou o secretário da SSP-MA.
*Inicialmente, o G1 se baseou em uma informação oficial da delegada Wanda Moura, chefe do Departamento de Feminicídio de São Luís, dando conta de que o policial Gilgleidson havia sido preso pela manhã, no entanto, depois de algum tempo, a delegada disse que houve um equívoco. Havia um mandado de prisão contra o PM, mas o mandado ainda não havia sido cumprido. A informação foi corrigida às 12h43. Já, por volta das 13h, o secretário Jefferson Portela afirmou que o PM acabou sendo preso no início da tarde desta sexta. A informação dada pelo secretário da SSP-MA foi inserida nesta matéria às 14h43.
O crime
De acordo com informações da Polícia Civil do Maranhão, o corpo de Ana Carolina, de 17 anos, foi encontrado na rua Campo Agrícola, bairro Mocó, no interior do sítio onde residia com o policial militar, na cidade de Coroatá.
Após o crime, o cabo Gilgleidson Pereira foi levado à delegacia e afirmou que, durante a madrugada de segunda, por volta de 1h, ele estava fora de casa, quando recebeu uma mensagem da companheira informando que teria algumas pessoas no quintal tentando invadir a casa. O PM alegou que teria pedido a moto de um amigo emprestada e foi até o sítio. Chagando lá, ele teria sido recebido a tiros e atirou contra os criminosos. Durante o tiroteio, Ana Carolina acabou sendo baleada e morta.
Porém, segundo o delegado Jefferson Portela, a Polícia Civil não identificou indícios de que isso tenha acontecido.
“A delegada Wanda esteve no local dos fatos e conversou com os moradores. O local é iluminado e ninguém viu a chegada de qualquer pessoa ou qualquer confrontação com atacantes externos à casa do policial. E, detalhe, que essa casa fica há 900 metros do quartel da Polícia Militar, não houve pedido de socorro, não houve ações de captura dos autores citados, nenhum fato que fosse constado no sentido de dar veracidade a alegação de ataque de criminosos feito contra a casa. Infelizmente, isso não é verdade”, declarou o secretário.
Mudança de comando no 24º BPM
Após o caso, o comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar de Coroatá, major Frans, foi substituído da direção do BPM pelo major Luís Augusto. Segundo o secretário Jefferson Portela, a autoridade policial não agiu corretamente na apuração do crime.
“Compete às autoridade policiais ouvir a narrativa de qualquer fato criminoso e compete, como consequência, a agir de acordo com a verdade. Uma narrativa inicial pode corresponder a verdade e pode corresponder a uma não verdade, uma inverdade. E cabe ao chefe de polícia local, o delegado, o comandante averiguar o que se deu. Porque nós estamos falando aqui de uma perda de uma vida humana por ação humana, portanto crime. Está lá o corpo baleado, crime. O fato é crime. Quem foi a autoria? Cabe as autoridades policiais definir. E a narrativa inicial se fosse questionada pelo comandante com rigor e pelo delegado, os dois teriam que autuar o autor do fato, sem nenhuma dúvida”, explicou Portela.
O secretário da SSP-MA afirmou, ainda, que o novo comandante do 24º BPM, o major Luís Augusto, e os demais delegados responsáveis pelo caso vão checar todos os atos de polícia dentro do inquérito e averiguar o que foi feito que deve ser aproveitado e o que deixou de ser feito e deve ser apurado.
“Dentro da lei o policial tem nosso apoio total, fora dela não tem apoio nenhum. E para nós não interessa quem foi autor de crime. Havendo autor, seja quem for, será responsabilizado”, afirmou Jefferson Portela.
Fonte||G1MA