De acordo com lideranças do governo no Congresso Nacional, os impasses nos palanques regionais entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a sua possível nova legenda, o Partido Liberal (PL), vão além de São Paulo. As questões se estendem para quatro estados do Nordeste.
Um deles é o Maranhão, onde o chefe do Executivo teria requisitado a substituição do presidente do diretório do estado, Josimar Maranhãozinho. O pedido não foi aceito pelo presidente da sigla, PL Valdemar Costa Neto, informou a CNN.
Já na Bahia e no Piauí, o impasse se deve ao fato do PL compor a base de apoio a governadores do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Costa e Wellington Dias.
Por fim, em Pernambuco, o presidente da República gostaria de dar o comando do diretório estadual ao ministro do Turismo, Gilson Machado. Porém, Neto divulgou uma nota na sexta-feira (12) afirmando que as decisões tomadas pela direção da legenda no estado contam com o apoio da direção nacional do partido.
Mesmo com esses percalços, Bolsonaro negou que tenha “trocado farpas” com o presidente da sigla. Nesta segunda-feira (15), ele ainda afirmou que deve decidir em qual partido irá se filiar dentro de um período entre duas e três semanas.
Para ele, o “casamento” com o partido “tem tudo para dar certo” caso o PL desfaça um compromisso de apoiar um possível candidato do PSDB em São Paulo.
“Não vou voltar atrás porque nunca falei nada. Na politica, as coisas acontecem depois que assina. Estava 99% acertado”, afirmou. “Tem tudo para dar certo. Depende do Valdemar […] para a gente partir para um casamento que tem tudo para dar certo”, disse.
“Preciso, se virar candidato, ter candidatos em quase todos os estados e em especial São Paulo, que tem mais de 30 milhões de eleitores. O Valdemar é uma pessoa de palavra, falou que está buscando uma negociação, ele não conseguiu ainda a garantia do outro lado que possa desfazer o que fez no passado, decidimos adiar. Não adianta começar o casamento com coisas pendentes”, disse o presidente.
Questionado sobre possíveis conversas com outros partidos, Bolsonaro disse também falar com o Progressistas (PP) e o Republicanos. “A possibilidade existe, eu tenho um limite. É o que tenho falado: espero pouquíssimas semanas, 2 ou 3 no máximo, para casar ou desfazer o noivado, mas acho que tem tudo pra gente ficar feliz”, afirmou.
Além disso, Bolsonaro também levantou que, para São Paulo, recebeu um retorno positivo de seu ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para concorrer. “Ele aceita discutir uma possível candidatura ao governo do estado de SP. Se vier candidato, tem tudo para levar”.
Uma possível filiação de outros aliados ao partido em que o presidente irá se filiar é aguardada, segundo Bolsonaro, para “fazer uma boa bancada, com bons quadros”. “O nosso partido não pode estar flertando com a esquerda em um ou outro estado”, acrescentou.