Entre os desafios a serem enfrentados pela educação no período pós-pandemia de Covid, a evasão escolar é um dos principais. Estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, nesta quarta-feira (02), confirmou a gravidade do abandono das salas de aula.
A pesquisa “Retorno para a Escola, Jornada e Pandemia”, conduzida pelos economistas Manuel Osorio e Marcelo Neri, apontou que a evasão foi mais acentuada na faixa etária menor, sinalizando perda expressiva de matrículas entre crianças de 5 a 9 anos. A taxa, segundo os especialistas da FGV, se igualou aos níveis de 2006. E passou de 1,41% para 5,51% entre 2019 e 2020.
O economista Marcelo Neri falou sobre os impactos negativos da pandemia justamente num universo que vinha, ao longo dos últimos anos, colecionando avanços.
Em relação ao tempo dedicado aos estudos durante a crise de Covid-19, o levantamento mostrou que os alunos socialmente vulneráveis e mais novos foram afetados de forma intensa. A jornada de estudo entre os alunos de 6 a 15 anos, pertencentes ao Bolsa Família, caiu de 4 para 2 horas por dia útil, na comparação entre 2006 e 2020.
Diante desse quadro, o estudo concluiu que as desigualdades de educação no Brasil se agravaram durante a pandemia. A escassez de atividades foi mais intensa por conta da falta de oferta das redes escolares do que devido à demanda dos próprios alunos. Segundo a pesquisa da FGV, 12% dos estudantes de 6 a 15 anos deixaram de estudar por não receberem materiais, contra 2,7% que não estudaram por que não utilizaram os materiais que receberam.
*Com informações da Radioagência Nacional